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Risco de câncer em bócio multinodular de tireóide

O bócio multinodular é definido como a presença de 2 ou mais nódulos na tireóide. 

Em pacientes com bócio de tireóide multinodular a American Thyroid Association (ATA)

recomenda a realização de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) de nódulos

maiores que 1 cm com características ultrassonográficas suspeitas. 


Na ausência dessas alterações, a ATA recomenda a PAAF do nódulo dominante.

A maioria dos bócios multinodular são de pequeno tamanho, menor que 1 cm e não

apresentam crescimento ou são de crescimento lento. Nesses casos não será

necessário realizar a PAAF, somente acompanhamento.


O que são características suspeitas à USG?

- Nódulos com microcalcificações

- Aumento da vascularização

- Margens irregulares

- Textura hipoecóica 

- Mais alto que largo na vista transversal


A punção com agulha fina guiada por USG representa o melhor método para avaliar câncer de tireóide solitário, mas sua eficácia em bócios multinodulares têm sido questionada. 

Nesses pacientes  a PAAF benigna representa um desafio porque a punção de todos os

nódulos suspeitos é dolorosa, demorada e difícil realização. 

Além disso, pacientes com bócios grandes podem ter nódulos tireoidianos profundos que são difíceis de puncionar ou vários nódulos que se fundem.


O ATA sugere a taxa falso-negativa de PAAF para um o nódulo tireoidiano solitário

deve ser menor que 3%. A realidade do dia a dia, porém, é bem diferente disto. Um resultado de PAAF falso-negativo depende de múltiplas razões, incluindo erro na amostra, consistência de nódulo tireoidiano, preparação das lâminas, erros citológicos e experiência do patologista. 

Um outro desafio na avaliação de malignidade de bócios multinodulares é que um

câncer pode estar em um bócio não dominante.

Apesar das limitações, a punção guiada por US é o método recomendado para triagem de câncer de tireóide, seja em bócios multinodulares ou nódulo único. 

Mas mesmo com uma PAAF benigna os pacientes devem estar cientes do risco de falso-negativo, sendo que essa possibilidade pode se tornar maior em casos de múltiplos nódulos.


Durante a avaliação devemos ficar atentos às características dos nódulos e as

peculiaridades de cada paciente, como idade, irradiação cervical, história familiar de

câncer de tireóide, desejo de retirar os nódulos, sintomas (dificuldade de deglutição,

rouquidão na voz, pigarro) entre outros fatores.


Cada caso deve ser avaliado individualmente, devendo-se considerar a possibilidade de cirurgia caso a chance  malignidade não possa ser descartada.


O que considerar como importante

Como não podemos afastar com total segurança a possibilidade de um câncer de tireóide no caso de nódulos, mesmo com uma punção negativa, o paciente nunca deve abandonar o acompanhamento.  

É durante este acompanhamento que se define a possibilidade de uma nova punção ou, até mesmo, indicação de cirurgia.


Produzido por Bianca Faria Oliveira


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